A Ação Cooperativista define-se como um grupo informal de artistas, técnicos e produtores independentes que se agregaram em 14 de Abril de 2020 com 60 membros, e cuja actividade permanece atualmente com cerca de 5900 membros (2022). Esta colectivização foi uma resposta à já existente precariedade laboral no sector da cultura em Portugal, e à sua particular agudização no contexto da pandemia COVID-19— “tudo começou com um post impulsivo no perfil pessoal de Carlota do Canto Lagido, que dizia assim:"queridxs artistas, técnicos, produtores independentes, freelancers, precários e afins, como estamos a planear sobreviver até 2021?” A incidência da sua ação é nacional e não se revêem num só sector artístico, pelo contrário, têm uma qualidade heterogénea inscrita pelos membros distribuídos entre as artes performativas, artes visuais, multimédia, música, cinema e/ou design. Reflectem-se com uma infra-estrutura dinâmica organizada por duas linhas de ação: uma que dialoga internamente através de fóruns e grupos de trabalho organizados por temas e objectivos; outra que se articula com entidades representativas do sector de modo a produzir posição e ação concertada nas reivindicações políticas ao Governo português. Estas linhas são “rizomáticas” por expressão própria do colectivo, e reflexivas da sua missão enquanto “movimento facilitador, ou agregador de dinâmicas de cidadania livre, de pensamento e pressão no âmbito das políticas culturais, informação e apoio direto a quem necessita”.
Fundada e legalmente constituída a 15 de Abril de 2020—por Miguel Gameiro, Nelson Rosado, Pedro Fernandes Martins e Sérgio Rosado. Tem página de facebook onde se apresenta formalmente mas ainda sem conteúdos ainda nele inscritos, actua sobretudo em articulação com a plataforma Convergência pela Cultura. Os conteúdos publicitados no site são de carácter especializado na sua disciplina, como festivais, performances, etc. Como reivindicações principais encontra-se o modo como o estatuto (do artista) foi lançado pelo governo—reclamam que o estatuto não dá resposta às necessidades sentidas pelos profissionais, e que o que os profissionais da cultura necessitam é uma lei de bases. Em Fevereiro 2021 realizaram um video com vários artistas músicos, publicam muito as mensagens da Convergência pela Cultura, em Abril 2021 Publicitam o mapeamento do território cultural artístico em um estudo independente em Novembro de 2021 Realizam um Manifesto pela Cultura de modo a responder ao Portugal 2030 e incitam à contribuição das pessoas com respostas a esta plataforma Port 2030, Francisco Cipriano laça e publicita a sua actividade individual com uma página online ; https://laboratorio.mailchimpsites.com/o-que-fazemos-por-si, esta página é o LAB tem um caracter individualista e de auto promoção, mas ajuda a conceber projectos para apoios e mostra os que foram apoioados pelo governo e mostra o manifesto da AMP. Não parecem estar organizados de forma a actuar politicamente deixando isso para a Convergência.
É uma associação de profissionais técnicos que essencialmente providencia suporte logístico e técnico aos seus associados. Focada no aspecto financeiro da sua própria actividade, reclama os direitos socioconómicos dos seus associados, entre os quais a sua segurança social entre outros benefícios. Fundada em 21 de Abril de 2021 está sediada em Cascais e tem presença na internet através de um site. Em Abril de 2020 era assim que reclamavam os seus direitos “ Somos técnicos audiovisuais, desempenhamos funções em todo o processo de criação audiovisual. O nosso trabalho envolve as diferentes áreas de vídeo, iluminação, som, produção, realização, operação, pós-produção, riggers, roadies, stage hands,... áreas com equipes distintas que se complementam e fazem de um evento ou de um espetáculo uma realidade. Juntamo-nos para que a nossa profissão seja reconhecida; para que não seja, uma vez mais, relegada para segundo plano, tanto pelas instituições do Estado como por nós mesmos. Numa altura sensível para todas as áreas de intervenção na sociedade, a cultura volta a ser uma das mais afetadas -….” Esta associação pretende no entanto fazer convergir a sua luta com a luta da sociedade civil. Em 2021 fazem um apelo ao governo no sentido de valorizar a profissão.
Site: http://appee.pt
Este Coletivo informal de profissionais de arte educação e mediação foi criado em resposta à crise pandémica em matéria de apoio económico e proteção legal no setor artístico e cultural. Em luta para acabar com a precariedade em todas as artes. Criação a 10 de maio de 2020.
No dia 13 de Março de 2020, a Fundação de Serralves comunicou a decisão aos trabalhadores de suspender a sua programação até 3 de abril. Em contestação, os educadores enviaram uma proposta que incluía o pagamento das atividades canceladas e a realização de atividades online. Face à ausência de resposta por parte da direção relativamente ao pagamento das atividades canceladas, os educadores de Serralves organizaram-se e enviam a dia 5 de Abril de 2020 uma carta aberta à direção de Serralves, aos órgãos institucionais e à comunicação social com assinaturas de 23 dos 25 educadores do Serviço Educativo. A partir dessa data, iniciou-se todo um processo de luta e reivindicação, não só pelo pagamento das atividades canceladas, mas também pela regularização dos vínculos laborais destes trabalhadores com a instituição.
É uma iniciativa cidadã independente de solidariedade e congregação do sector artístico. Com início em Abril 2020, tem expressão na internet através de um site e Facebook. Não constitui um movimento colectivo independente—reclamam essencialmente apoio a um sector cultural gravemente afectado pela pandemia, e procuram ser um espaço de convergência no sector cultural e artístico. Foram-se ligando e identificando com outras iniciativas como por exemplo os (Unidos) Pelo Presente e Pelo Futuro da Cultura em Portugal (UNIDXS) a qual agrega a Plateia - Associação de Profissionais das Artes Cénicas, o Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (Cena-STE), a Performart - Associação Para As Artes Performativas em Portugal, a Rede - Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea, e as associações Fundação GDA, Acesso Cultura e Precários Inflexíveis. Lança uma petição a todos os Organismos do Sector artístico e com esta pretendem "sensibilizar os responsáveis pelas entidades públicas e privadas" do ramo das artes "para a implementação de medidas de emergência neste quadro”. Focam-se no aspecto financeiro, e portanto de pagamentos devidos aos trabalhadores, mas também da valorização cultural do seu trabalho Junta-se a outras petições, como esta dos Unidospelofuturodaculturaemportugal.
A Associação dos Artistas Visuais Portugueses (AAVP) é uma associação sem fins lucrativos que se formalizou em 17 de Setembro de 2020 com dez membros e continua na atualidade com cerca de 100 membros. Fora deste corpo jurídico, a AAVP conta com 896 seguidores na rede social Facebook. Tem como motivação “combater a falta de apoios públicos e privados aos artistas e à produção de arte contemporânea” e como objectivo geral “defender a vida laboral dos artistas visuais em Portugal”. Tem uma incidência nacional, e representa os artistas profissionais com o sector das artes visuais. Organizaram-se com fóruns de discussão virtuais durante o confinamento. Focaram-se nos direitos laborais específicos aos artistas visuais, encetando conversações com a Ministra da Cultura Graça Freitas sobre o Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura, bem como na pressão à criação de uma linha de financiamento da Direção-Geral das Artes (DGARTES) focada nas Artes Visuais. Do mesmo modo, também se articularam com entidades representativas do sector cultural para a reivindicação dos direitos colectivos dos trabalhadores da cultura, e participaram na organização de manifestações no espaço público, quer na rua, quer virtual.
É uma Associação Cultural sem fins lucrativos, criada em 2021 durante a pandemia. É constituída por agentes e produtores portugueses, essencialmente da área da música mas abrangendo também as artes performativas. Conta com cerca de 46 associados e a sua actuação dirige-se sobretudo aos órgãos de governação, tendo um carácter reivindicativo. Nesse sentido, têm emitido vários comunicados com as propostas que consideram ser relevantes adoptar no sector, tomando ainda posição sobre as medidas que o governo tem vindo a implementar no plano cultural desde o início da pandemia, seja relativamente aos apoios seja relativamente às regras de acesso a eventos culturais.
Criado a 2 de Abril de 2020. A Convergência pela Cultura assume-se enquanto plataforma cívica destinada à reunião de todas as organizações formais e informais ligadas à Cultura, à sociedade civil, em todo o território nacional. Pretende reivindicar junto do governo medidas concretas e efetivas de apoio ao setor da cultura. Constituídos por: Vigília Cultura e Artes; Plataforma P’la Arte; Movimento dos Profissionais de Espectáculos e Eventos; Associação Nacional para a União das Artes; Grupo Programadores Culturais; Art Institute; Razão D’Arte; Associação de Músicos de Portugal, Movimento dos profissionais das Artes Performativas; Dança em Diálogos; . Com o apoio da Associação de Defesa dos Trabalhadores Independentes, Associação Portuguesa de Festivais de Música; Ten_Tart Grupo de Teatro; Confederação Portuguesa de Teatro (Amador); Artistas Circenses.
Criado a 22 de janeiro de 2021, este grupo de trabalho - informalmente composto por DJs de vários prismas e puros apreciadores da sua própria artesania - surge da precariedade atípica da actividade e pretende contribuir de uma forma positiva para a experiência deste tipo de fruição musical entre o artista, o promotor e o público. Somos uma força coletiva anónima e autónoma unida pela iniciativa de encabeçar a luta sem nenhuma entidade, associação ou financiamento envolvido. A proposta inicial parte de um questionário destinado a DJs de toda a paleta sonora e levanta algumas questões sociais e financeiras dos respectivos. As respostas também são de trato totalmente anónimo para que se possa tentar traçar uma estimativa da diversidade social e económica dos DJs em Portugal. Os resultados deste estudo serão apresentados de forma totalmente transparente no Verão de 2021, seguindo-se uma acção de consciencialização que procurará debater um cenário profissional mais justo para esta classe de artistas. Piso Justo é o levantar do braço pelo mínimo de respeito, para quando não voltarmos exactamente ao que era antes pois o normal não nos era suficiente.
O grupo parece ter cessado atividade após publicação dos resultados do inquérito realizado.
*Informação disponibilizada pelo grupo na sua página de Facebook: https://www.facebook.com/pisojusto
Criado em 2020, é um grupo cívico informal de artistas, mediadores e estruturas de criação com o intuito de implementação e promoção do acesso às artes por todos os cidadãos, tal como previsto na Constituição da República Portuguesa. Tem como objectivo chamar a atenção dos orgãos de governação sobre as necessidades do sector cultural. Assume como missão “a partilha de experiências com o objetivo de se definirem estratégias que articulem as áreas da Arte e da Educação e que possam contribuir para um aumento da sua relevância nacional, traduzido num concomitante reforço do seu financiamento, quer a nível nacional quer a nível municipal”. Lançam um comunicado a 8 de Fevereiro de 2021, onde para além dos objectivos e missão, contextualizam brevemente as políticas públicas de acesso às artes e à educação e definem as propostas que defendem para o sector. Mantêm-se activos e enquanto grupo organizaram algumas iniciativas online e participam em iniciativas públicas do sector.
Surgiu a 15 Março de 2020, de forma informal, através de um grupo de Whatsapp (Arte e Cataclisma), dinamizado por António Cerveira Pinto. Logo após a sua criação, surge a intenção de formar um movimento, tendo ao longo dos meses seguintes reunido centenas de adesões. A 12 de fevereiro de 2021 foi formalizada como Associação Cultural sem fins lucrativos, mantendo actividade até à actualidade. O intuito inicial, de âmbito nacional, foi o de fomentar e apoiar a interacção entre artistas visuais e profissionais das artes com vista a ultrapassar a situação precária em que se encontravam. Organizaram nesse período várias iniciativas (debates, exposições, conversas), criaram um Helpdesk e lançaram alguns comunicados dirigidos aos orgãos de governação. Actualmente, o seu objectivo concentra-se na mitigação das dificuldades que os artistas visuais enfrentam através das suas vertentes de Direitos do Artista e Apoio Social.
Facebook: https://www.facebook.com/sosartept/
Blogue: https://sosartept.blogspot.com
No início da pandemia, um colectivo de trabalhadores da Casa da Música não aceitou que os trabalhadores a recibo verde daquela instituição fossem descartados de um momento para o outro, com trabalhos cancelados e não pagos. Tratando-se de trabalhadores com vários anos de serviço e sabendo que a Casa da Música tinha condições para manter o rendimento daqueles e cumprir os compromissos assumidos, a 15 de abril de 2020 realizaram um abaixo-assinado. Mais tarde, a partir de Setembro de 2020, o colectivo reorganizou-se e, em grande parte, associou-se ao sindicato CENA-STE. Neste âmbito, continuou a exigir um tratamento digno para os trabalhadores a recibo verde, defendendo a formalização de contratos de trabalho e as reivindicações gerais dos trabalhadores da Casa da Música.
A União Audiovisual iniciou a sua actividade a 11 de Abril de 2020 e começou como um grupo informal que se uniu no início da pandemia, organizando recolha de bens alimentares e de primeira necessidade para colmatar as dificuldades que muitos profissionais da cultura, espectáculos e eventos sentiam, e que não eram supridas de forma individual. Mais tarde oficializaram-se enquanto associação, de cariz social e cultural, com o objectivo de apoiar profissionais técnicos e artistas da cultura, dos espetáculos e dos eventos. Têm âmbito nacional e este momento têm actividade por todo o Portugal continental e também nos Açores. Estão distribuídos por vários polos: Porto, Coimbra, Oeste, Lisboa, Margem Sul, Alentejo, Algarve e São Miguel. Actualmente, continuam a ajudar cerca de 500 pessoas em todo o território nacional, sendo o polo de Lisboa o que mais tem recebido pedidos, e através do qual apoiam 110 famílias por mês.
A União Negra das Artes formalizou-se como associação no dia 22 de Abril de 2021. Conta com 53 membros e 1096 seguidores na rede social Facebook. Tem uma incidência nacional e multisectorial que se caracteriza com o activismo e cruzamento transdisciplinar no sector cultural. Nasce no decorrer dos movimentos anti-racistas contra a violência sistémica e assimetrias sociais perpetradas em Portugal, e que por sua vez são reflexos “na criação, fruição, acesso, produção e programação de artistas negros”. Esta luta foi acentuada e acelerada durante o primeiro ano da pandemia Covid-19 com um debate público que contou com uma adesão histórica no país, culminando na manifestação “As Vidas Negras Importam” a 6 de Julho de 2020, na qual milhares de pessoas demonstraram a solidariedade e empenho com a luta anti-racista em Portugal. Neste contexto, a União NEGRA das Artes elevação e fortalecimento da representatividade negra no campo artístico português, assim como o reconhecimento e a valorização do património imaterial da população negra em Portugal”. Destacou-se na reivindicação e diálogo com a Direção-Geral das Artes (DGARTES) e com o Plano Nacional das Artes, tendo sido determinante para a introdução de um subcritério nos programas de apoio da DGARTES, que valoriza a inclusão de elementos que representem a diversidade étnico-racial, “designadamente de afro-descendentes”.
Surgiu no contexto da articulação e diálogo entre 14 estruturas do setor das artes e da cultura, com perfis muito distintos, os quais se reuniram a 19 e 26 de Abril – entre estruturas representativas do setor e grupos formais e informais –, no sentido de afirmarem a sua UNIÃO face ao dramático panorama atual dos profissionais das artes e da cultura.” Em Maio divulgam um documento criado para contribuir para uma clarificação das medidas mais urgentes para o sector das artes–4 medidas para impacto da pandemia no sector das artes. Juntam-se, subscrevendo e publicitando também a várias petições, comunicados e manifestos dos UNIDXS de outros grupos como os artistas 100%, ou os precários pela cultura (os MOE excluídos do apoio extraordinário da segurança social), os invisíveis da cultura, Portugal entra em cena e rapidamente ficaram a fazer parte de uma lista de pequenas organizações cidadãs. Subscreveram o comunicado Unidxs : Artistas e Editoras Independentes; CENA-STE – Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos; Fundação GDA; Performart – Associação Para As Artes Performativas em Portugal; Plateia – Associação de Profissionais das Artes Cénicas; Rede — Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea. A estas estruturas juntam-se ainda os grupos informais: Ação Cooperativista – Artistas, Técnicos e Produtores; Artesjuntxs; Arte Educadores em Luta; Artistas 100%; Associação de Combate à Precariedade - Precários Inflexíveis; Comissão de Profissionais das Artes; Independentes mas Pouco; Intermitentes Porto e Covid; M.U.S.A. – Movimento de União Solidária de Artistas; Plataforma da Dança; Profissionais das Artes Presenciais para Infância e Juventude. A estes últimos junta-se ainda a associação de utilidade pública BAD - Associação Portuguesa de Bibliotecários Arquivistas e Documentalistas. Conta com 5.453 subscritores no Facebook a 10 de Junho de 2022.
A Vigília Cultura e Artes surgiu a 30 de Abril de 2020, enquanto grupo informal. Tem como missão produzir acções de rua por forma a pressionar o governo ao diálogo junto dos vários grupos formais e informais que têm estado e estiveram em negociações sobre programas de apoio à classe profissional da cultura, arte e eventos, assim como dar voz a todos os profissionais da cultura, das artes e dos eventos. O grupo é de âmbito nacional, tendo sido criados vários núcleos por todo o país, que permitiram a realização de acções de rua em simultâneo em grande parte do território nacional nomeadamente em Lisboa, Porto, Faro, Santa Maria da Feira, Caldas da Rainha, Almada, Aveiro, Évora, Vila do Conde, Coimbra, Setúbal, Lagos, Funchal, Leiria, Angra do Heroísmo, Loures, Sintra, Braga, Odemira e Viana do Castelo.